sexta-feira, 14 de janeiro de 2011


Novo livro do Escritor Xinguarense, Ismael Vieira Borba, Flor de Lis. Retrata um Xinguara “nos tempos de começo” aquele Eldorado nunca mais.
Da iniciativa de se escrever um livro a partir do título, o escritor Xinguarense, Ismael Vieira Borba, no seu sexto livro, Flor de Lis, tinha direcionado chamá-lo “A Mulher do Reverendo”, cuja mudança se deu quando o livro já estava escrito pela metade.
                               Bastante influenciado pela literatura “prostiana”, o seu universo individualista, com a diferença de que, se o escritor francês, Marcel Prost, o melhor literato naquela época áurea da literatura francesa, final do século XIX, retratava a decadência da realeza após a Revolução Francesa, durante o reinado de Napoleão III, embora decadentes, mas chamados de duques, barões, condes, num período novo que se iniciava com a firmação política e ideológica dos Estados Modernos, democráticos, onde a burguesia (comerciantes) assumiam a ascensão sócio-econômica, dentro desse mesmo universalismo, Ismael Vieira Borba retrata uma Xinguara de 1982, iniciante, como gosta de afirmar no livro, “nos tempos de começo”, dentro da velha polêmica de quem chegou primeiro em Xinguara, Geraldinho, ou Francisco Henrique Ramo, apontando uma terceira via, porque, bem próximo donde se iniciara o arraial de Xinguara, chamado naquela época de “Entroncamento da Santa Rosa”, havia um núcleo populacional chamada Madeireira Marajoara, onde já existia até um armazém, cujo dono fora o pai do Raimundinho Moto taxi, não o vereador, outro. Relata o incidente de Giovanni Queirós, na época, prefeito de Conceição do Araguaia, município-mãe, que queria o povoado na atual Água Fria, que já tinha algumas casas e era um local mais apropriado. Também, nessa época, já existia algumas casas no povoado de Xinguarinha; hoje, desaparecido.
                               Coincidentemente, o escritor Ismael Vieira Borba sente, nos dias de hoje, muito saudosismo desses pioneiros remanescentes e acha engraçado alguns deles, como o Beleza; hoje, morador de Ourilândia do Norte, naquela época, Gurita, rejeitada pelos colonos gaúchos do Projeto Tucumã, um amontoado de casebres de madeira feio, horroroso, uma rua comprida, que, quando emancipada, era chamada acintosamente de “Ourilama”.
                        Ismael Vieira Borba, também um pioneiro na velha estirpe, engrossa a insatisfação desses pioneiros de primeira cepa; “fomos nós que amansamos este lugar e pioneiro não é só para abrir a mata, acabar com a malária, amansar o lugar”. Fosse ele dado à associalismos, corporações, falaria até em fundar a Associação dos Pioneiros de Xinguara, que lutaria para que eles tivessem maior força, fossem mais respeitados e influenciasse mais. Bobagens. Bobagens, porque a mudança é irreversível e a cidade de Xinguara está passando por grandes transformações, um povo novo chegante, uma madeira diferente de empreendorismo.
                        Flor de Lis retrata esta Xinguara antiga. E, coincidentemente, numa reunião de muitos deles no churrasquinho do Posto Castanheiras, numa dessas segunda -feiras, liderados pelo Armando Godinho, remanescentemente, voltávamos àqueles tempos. Bons tempos. E outra Xinguara, aquele Eldorado, nunca mais, em estado nenhum. Afirma Ismael Vieira Borba – Juarez Queiroz



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