sexta-feira, 18 de maio de 2012


Publicitário Müller D’Oliveira faz avaliação de previsibilidade politica para eleições de 2012.



Publicitário Müller D'Oliveira.
                   A última eleição para governador do Pará serviu para ratificar a tese da previsibilidade das disputas eleitorais, que muitos ainda teimam em não aceitar. A alta rejeição da governadora derrotada Ana Júlia Carepa (PT) e a avaliação negativa de governo fizeram com que ela não ultrapassasse os 50% mais um dos votos, necessários para ser escolhida de forma soberana como governadora.


                   Fora o fato de Ana Júlia ter um governo não muito bem avaliado, pesava ainda o fato de ela ter assumido o governo pela metade, quando foi barganhado todo o poder com partidos como é o caso do PMDB, o que certamente não a ajudou, pois o eleitorado não tinha conseguido estabelecer uma identidade clara daquele mandato. A estratégia retórica não colou.


                   O potencial de crescimento de Ana também era pequeno, já que sua popularidade não era muito grande, ou seja, não tinha para onde crescer. É muito simples, se Ana Júlia é conhecida por quase 100% do eleitorado e ainda tem uma rejeição alta, obviamente que ela não terá novos segmentos eleitorais para crescer. Ao contrário do governador eleito Simão Jatene, que é completamente conhecido por todo o Pará e conseguiu conquistar eleitores da camada de colisão.


                   E mesmo que Ana Júlia tentasse crescer nos nichos eleitorais que a rejeitava, ainda não teria muito êxito, para diminuir a rejeição, é a pior e mais difícil tarefa para a equipe de publicidade e marketing político. Vide o resultado eleitoral de Belém, capital do estado que Ana é mais rejeitada.


                   E se as eleições são previsíveis, posso aqui fazer algumas previsões sobre Xinguara. Levando em consideração a avaliação positiva de governo dos dois mandatos e a conjuntura que se desenha para 2012, tenho certeza que Davi Passos (PT), irá optar pela continuidade administrativa popular, elegendo seu sucessor, que figurará brevemente de o melhor nome dos cinco pré-candidatos apontados por Davi.
       

                   Reforçando a tese da previsibilidade, temos a eleição de Dilma Rousseff como exemplo. Lula, com uma aprovação recorde e um governo muito bem avaliado, conseguiu eleger um poste para sucedê-lo; uma completa desconhecida de grande parte do eleitorado. Dilma começou a pré-campanha com menos de 4% dos votos e acabou ultrapassando o “favorito” Serra antes do início da propaganda eleitoral na TV.

        
                   Ponto interessante de vinculação de imagem foi o recente plebiscito Carajás/Tapajós. Onde Simão Jatene utilizou de sua imagem como governo e fez opressão a alguns administradores e ao povo pela continuidade de um Pará Unido. A mídia nacional contratada não conseguiu vender a divisão para os paraenses.


            Só existe uma explicação para isso: avaliação positiva de governo. O eleitor não quer correr risco, é conservador e vota pela continuidade de um governo que ele avalia positivamente. Ainda em 2008 eu afirmava que, sem uma forte crise econômica, ou seja, com estabilidade, Lula conseguiria eleger quem ele quisesse. E isso aconteceu. Portanto, as eleições são previsíveis.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.