terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

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 ON 05/11/2013CATEGORIAS: CRISE FINANCEIRADESIGUALDADESMUNDOPOSTS
 
(Marx estava certo, por mais que economistas superficiais tentem negá-lo: causa das turbulências econômicas é enriquecimento sem-fim da burguesia)

Por Vicenç Navarro | Tradução: Cibelih Hespanhol 
É surpreendente verificar que a extensíssima literatura produzida sobre as causas das crises atuais se tenha centrado tão pouco no conflito capital-trabalho (aquilo que costumávamos chamar de luta de classes) e sua gênesis no desenvolvimento da crise. Uma possível razão é a enorme atenção dada à crise financeira como suposta causa da recessão atual. Só que essa atenção desviou os analistas do contexto econômico, e também político, que determinou e configurou a crise.
Não é possível analisar cada uma delas, e a maneira como estão relacionadas, sem referir-se ao conflito capital-trabalho. Como bem disse Marx, “a história da humanidade é a história da luta de classes”. E as crises atuais (da financeira à econômica, passando pela social e política) são um claro exemplo disso.
Vamos aos dados. No período pós Segunda Guerra Mundial, um pacto entre o capital e o mundo do trabalho sustentou o conflito. O pacto determinava que os salários, incluindo o salário social (aumento da proteção social pelo desenvolvimento de benefícios e serviços públicos do “Estado de bem-estar social”), evoluíssem de acordo com o aumento da produtividade, principalmente. Em consequência, as rendas do trabalho aumentaram consideravelmente, alcançando seu máximo (em ambos os lados do Atlântico Norte) na década de 1970 – quando a participação dos salários no PIB, em termos de remuneração por empregado, correspondeu nos EUA a 70%; e nos países que viriam a tornar-se a “Europa dos 15”, esse percentual era de 72,9% (na Alemanha, 70,4%; na França, 74,3%; na Itália, 72,2%; no Reino Unido, 74,3% e na Espanha, 72,4%).
Esse pacto social se rompeu no final da década de 1970 e início da década de 1980, como consequência da rebelião do capital ante os avanços do mundo do trabalho. A resposta do capital foi o desenvolvimento de uma nova cultura econômica, baseada no liberalismo, mas com maior agressividade – resultado, naquele momento, de uma postura defensiva frente aos progressos do mundo do trabalho. Em políticas públicas constituiu-se o chamado neoliberalismo, que tinha como objetivo recuperar o terreno perdido enfraquecendo o mundo do trabalho. Leia mais em: http://outraspalavras.net/posts/por-tras-da-crise-financeira-a-velha-luta-de-classes/



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